ISP lança campanha “MUNDIAL DE COMBATE À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER”

Numa cerimônia emocionante, durante o 30º Congresso Mundial da Internacional de Serviços Públicos (ISP), foi lançada a campanha “MUNDIAL DE COMBATE À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER”, que consistirá em várias iniciativas em âmbito global, regionais e locais.

Além de eventos globais, de acionamento aos organismos respectivos que tratam do tema ou conexos, haverá, primeiro o incentivo e posteriormente a cobrança de as entidades filiadas à ISP coloquem o tema no dia a dia das atividades sindicais. Por exemplo, colocar nos seus estatutos, criar instâncias diretivas específicas, divulgar, denunciar, enfim, tornar hábito e rotina das atividades da entidade.

Num discurso que impactou a plenária, o presidente da CSPB, João Domingos abordou as estatísticas, a gravidade e a contemporaneidade campanha.

Companheiros e Companheiras,

A Campanha pelo Fim da Violência contra as Mulheres, é importante e estratégica para construção de uma sociedade justa e igualitária. A cada uma hora, cinco mulheres são assassinadas no mundo. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), pelo menos 52% das mulheres já sofreram algum tipo de assédio sexual no trabalho.

Esse é SIM um problema nosso, dos sindicalistas e das políticas sindicais. Os sindicatos, em especial os do setor público, tem possibilidade de formar, transformar e dialogar com a sociedade. Enfim, construir uma nova e diferente cultura. É a cultura machista, racista e homofóbica que gera a perpetuação da violência contra a mulher.

Enquanto prevalecer a nefasta visão de que as mulheres são seres inferiores, haverá violência contra as mulheres na vida, no trabalho e no movimento sindical. O protagonismo, a voz e a vez, é das mulheres e para alcançarmos a efetiva igualdade de gênero, é importante que nós homens compartilhemos efetivamente desta luta. E nós dos serviços públicos temos um forte papel nesse contexto.

Somos nós trabalhadores e trabalhadoras públicos que educamos as crianças e os jovens, nas escolas e universidades, que nos serviços de saúde atendemos as mulheres agredidas e que passam por violência sexual e também somos nós que garantimos o atendimento social, psicológico e jurídico.

Essa é uma luta por direitos humanos, mas também classista, pois quem mais sofre com a violência, conforme comprovam os dados, são as mulheres negras e pobres e o neoliberalismo com sua visão de “estado zero “ lhes nega atendimento e impede o avanço das políticas públicas para as mulheres.

E sendo uma luta classista, o sindicato tem um papel significativo, precisa conhecer a realidade   do trabalho feminino em suas inúmeras desigualdades, sindicalizar as mulheres, incorporar nas pautas as reivindicações e garantir que estejam a frente das negociações, com toda a representatividade que tem direito, lado a lado.

Vamos assumir esse desafio?

E a mudança começa dentro dos nossos sindicatos, garantindo a participação paritária e atuante das mulheres e também formação transversal sobre o tema, abordando a questão de gênero em todos os espaços formativos e não apartada da formação geral sindical.

E que neste Congresso Mundial da ISP, onde elegemos uma Secretária Geral mulher e guerreira, a companheira Rosa Pavanelli, seja um marco concreto neste rumo e em todo o mundo nossas entidades implantem o plano de ação para a igualdade de gênero e a campanha pelo fim da violência contra as mulheres, quando?

JÁ!!!

ESSA É A MINHA PROMESSA. E AÇÕES FALAM MAIS QUE PALAVRAS!

João Domingos Gomes dos Santos

 Presidente da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil- CSPB

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