Destruição da CLT é tema da XIV Jornada de Debates do DIEESE

 

Com participação de trabalhadores de todo o Estado, evento debate futuro das campanhas salariais

A Fesmepar participou nesta quinta-feira (3) da XIV Jornada Nacional de Debates que teve por tema ‘As campanhas salariais no contexto pós reforma trabalhista’. O evento, que é realizado pelo Dieese- Departamento Intersindical de Estudos  Sócio Econômicos, aconteceu no Espaço Cultural e Esportivo dos Bancários e Financiários.

Servidores Públicos, Publicitários, Médicos Veterinários, Trabalhadores Gráficos, Metalúrgicos, Comerciários, Tecelões, Securitários, Radialistas, Rurais, Cooperativários, Químicos, representantes da área de bebidas, alimentação, saúde discutiram o contexto de perda de direitos após medidas neoliberais implementadas pelo governo.

Alegando modernização das leis trabalhistas e aumento de empregos devido à redução de custos, o Congresso aprovou uma proposta que deixa o trabalhador, parte mais frágil na relação trabalhista, totalmente desprotegido, reduzindo a atuação do Estado e dos Sindicatos. Contrariando os argumentos do governo, o DIEESE aponta que emprego é gerado com crescimento e investimento.

Com a reforma trabalhista, a terceirização irrestrita é liberada para qualquer setor, afetando diretamente a categoria bancária, invertendo toda a lógica de proteção ao emprego previsto na Constituição.

“Muitos não acreditaram quando alertamos, porém no dia de hoje os bancários da Caixa puderam constatar através do RH0037  que a Caixa liberou a contratação do bancário temporário para atividade-fim, o que representa que os empregos já estão ameaçados.

Precisamos de muita unidade para resistir” alerta Genesio Cardoso, diretor do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região.

A flexibilização, ou desregulamentação de direitos, das leis trabalhistas piora as condições de trabalho, facilita a demissão, permite contratos de trabalho precários, revoga o direito de assistência na hora da rescisão e protege o patrão quando permite a quitação dos direitos anualmente, além de permitir a demissão em massa. Como se fosse pouco, ainda reduz o papel e dificulta o acesso à Justiça do Trabalho, impondo custos e multas.

Campanhas Salariais

Segundo o técnico do DIEESE, Sandro Silva, há grande possibilidade das negociações coletivas deste ano, das mais diferentes categorias, já terem um forte impacto, pois os patrões vão querer postergar ao máximo  a negociação para depois de novembro, quando a reforma passa a valer, além de apontar que  o tripé que sustentava o trabalhador foi quebrado.

” A reforma desarticulou a justiça do trabalho, enfraqueceu o movimento sindical, fragilizou as leis trabalhistas e jogou fora tudo o que foi conquistado ao longo de décadas de luta. Eles tem enganado a população afirmando que os direitos estão garantidos e a terceirização não retira direitos. Mas que empresa vai contratar via CLT se poderá terceirizar atividade-fim?”  pondera Silva.

O DIEESE aponta ainda que somente 25% das greves no Brasil são proprositivas e 75% são defensivas, ou seja, na maioria das vezes os trabalhadores precisam se defender do descumprimento de direitos ou defender a manutenção dos direitos já conquistados.

” Nos últimos dias fomos surpreendidos com um anúncio da Catho oferecendo vaga para gerente de banco autônomo, ou seja, o risco do negócio está sendo passado para o trabalhador. Não podemos nos conformar, não podemos aceitar que poucos definam a vida de muitos. A categoria precisa estar atenta e mobilizada para exigir que essa reforma seja revogada” convoca Elias Jordão, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região

 

 

Post: Elizabeth Novaes – MTB10.959

Com: SEEB Curitiba

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