Lideranças políticas e sindicais opositoras do projeto alertam que o texto da proposta continua inaceitável, uma vez que ainda ataca direitos indispensáveis ao bom funcionamento dos serviços ofertados pelo Estado
Nesta quarta-feira (22/09) a Comissão Especial apreciou e suspendeu a votação do substitutivo que já contempla a retirada de uma das principais ameaças inseridas no texto da proposta: o ‘Artigo 37 A’ Em que pese mais esta vitória do movimento nacional, as lideranças políticas e sindicais opositoras da PEC 32/2020 alertam que o texto da proposta continua inaceitável, uma vez que ainda ataca direitos indispensáveis ao bom funcionamento dos serviços ofertados pelo Estado
Com o adiamento da votação para esta quinta-feira (23/09) a “desidratada” proposta, caso seja aprovada na Comissão Especial, ainda terá que ser submetida à votação no Plenário da Câmara dos Deputados, que necessita de maioria qualificada (308 votos favoráveis) para então seguir para a casa revisora (Senado Federal) aonde o governo acumula recentes derrotas. Na avaliação das lideranças do movimento, os recuos do governo demonstram que as mobilizações presenciais e virtuais estão surtindo efeito, constrangendo os parlamentares apoiadores do desmonte dos serviços públicos.
“Agora é a hora de utilizar todas as nossas ferramentas de pressão. Precisamos ampliar o compartilhamento das campanhas nas nossas redes sociais, aumentar a pressão nos aeroportos e dialogar com cada deputado na tentativa de conquistar apoio político para derrubar a proposta ainda na Comissão Especial ou na votação em Plenário”, avaliam.
Há vários meses a criminosa Proposta de Emenda à Constituição conseguiu unificar as lutas de um amplo e inédito conjunto de representações sindicais do setor público e privado, por enxergarem as graves ameaças resultantes de uma eventual aprovação do projeto que propõe a extinção dos serviços públicos.
A orientação das lideranças do movimento é a de assegurar o máximo de pressão por meio das redes sociais e no contato direto com os parlamentares, para superar a pequena vantagem (3 votos) que ainda assegurou a continuidade da votação para esta quinta-feira (23/09). As lideranças sindicais convocaram a todos que puderem marcar presença na área externa do Anexo II da Câmara dos Deputados, que se mantenham mobilizados, à partir das 08h00, intensificando a vigília e fortalecendo o movimento na Casa Legislativa. Aos que não puderem participar presencialmente, a recomendação é a de que acompanhem a votação nas redes sociais e que comentem nelas a favor da derrubada da proposta.
As lideranças nacionais também reforçaram a necessidade de estarem somando forças nos atos do dia 2 de outubro, do “Fora Bolsonaro”. Na avaliação dos sindicalistas, a interrupção da agenda ultraliberal em curso é estratégica para enfraquecer o ímpeto do governo em retirar direitos trabalhistas e sociais que ainda estão assegurados no texto constitucional. “É preciso reforçar nossa indignação com todos os deliberados ataques que estamos sofrendo. Nosso país chora a perda de quase 600 mil conterrâneos ao mesmo tempo em que bate sucessivos recordes de desemprego, de desalento, de disseminação fome, da miséria e do descontrole inflacionário. Essa barbárie precisa ser interrompida”, concluem.
Fonte: Secom/CSPB com Imprensa NCST