O Evento reuniu dirigentes sindicais do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O presidente da Fesmepar Luiz Carlos Silva de Oliveira participou na última quarta-feira (30/10) do Encontro da Região Sul das Entidades Filiadas à UGT, realizado no auditório do Sindicato dos Têxteis de Joinville-Santa Catarina, norteado pelo tema “O Futuro da Estrutura Sindical Brasileira”.
Com a presença de mais de 100 líderes sindicais, o evento debateu o atual cenário político brasileiro, que é extremamente desfavorável para o movimento sindical, o encontro cumpriu o papel de esclarecer os sindicatos filiados em relação ao posicionamento da UGT Nacional frente aos ataques proferidos pelo governo federal contra toda e qualquer instituição que representa, defenda e fortaleça a democracia do Brasil.
O presidente nacional da UGT, Ricardo Patah, deixou claro o posicionamento da UGT quanto à organização sindical: “Somos a favor da unicidade sindical, mas temos a convicção que tanto o governo, quanto a maioria dos parlamentares no Congresso Nacional são favoráveis à pluralidade sindical. Caso isso aconteça, temos que nos preparar para o debate e apresentarmos alternativas para o futuro do sindicalismo brasileiro”. Patah falou ainda que, no mundo, nenhum país pode se considerar verdadeiramente democrático se não tiver entidades sindicais fortes e atuantes, imprensa livre, assim como a independência de entidades como o Supremo Tribunal Federal (STF), que é o guardião da Constituição de 88”, disse Patah.
Segundo o presidente ugetista, o governo federal faz ataques mortais contra o movimento sindical brasileiro, mas que a UGT, como entidade plural que é desde a sua fundação, vêm construindo propostas alternativas num esforço conjunto com as demais centrais sindicais e o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Por fim, Patah fez um relato do que são as propostas que estão nascendo do esforço conjunto das entidades sindicais, salientando que é uma ação que está sendo conduzida pelo Dieese, para que o movimento sindical brasileiro consiga se adaptar a essa ruptura drástica com o sistema sindical vigente.
O presidente da Fesmepar ressalta que o posicionamento da Fesmepar é contrário ao atual texto proposto para a Reforma Sindical e reafirma o posicionamento da Fesmepar a favor da unicidade. “A Fesmepar assim como o meu posicionamento pessoal, é pela unicidade sindical. Acredito que é com a força de todos que conseguiremos barrar mais essa proposta que visa o enfraquecimento da organização sindical. Como representante dos servidores públicos no Paraná, Secretário do Servidor Público da UGT Nacional e diretor da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil, friso que o atual texto apresentado para a chamada Reforma Sindical é mais um ataque a representatividade dos trabalhadores”, reforça Luiz Carlos.
Waldemar Schulz Júnior (Mazinho), presidente da UGT-SANTA CATARINA, falou sobre a necessidade do movimento sindical estar preparado para o que vem pela frente por parte do governo federal. “Sabemos que a finalidade do atual governo é destruir o sindicalismo laboral, e é fundamental que o movimento sindical esteja preparado para estar próximo dos trabalhadores, e dessa forma resistir e vencer os embates”.
Para o presidente da UGT-PARANÁ, Paulo Rossi, a pressão do movimento sindical deve ser junto aos deputados federais e senadores eleitos por seus estados, demonstrando a selvageria que o atual governo vem praticando contra os trabalhadores e as instituições democráticas. Rossi defendeu ainda que a UGT procure o setor patronal para impedir o desmonte sindical com o modelo de pluralidade em gestação pelo governo Bolsonaro, através da Secretaria Especial do Trabalho e Previdência, comandada pelo ex-deputado Rogério Marinho (PSDB/RN), cuja inspiração é o sistema norte-americano. Paulo Rossi agradeceu ainda a delegação paranaense presente ao evento, “dirigentes das federações e sindicatos empenhados em encontrar caminhos para o movimento sindical”, disse ele.
Ao final do encontro dirigentes entregaram a Ricardo Patah uma moção, produzida pelas UGTs da Região Sul, em apoio à manutenção dos Conselhos Municipais e Estaduais do Trabalho, estruturas que correm o risco de serem extintas em Santa Catarina. O documento foi entregue pela presidente da UGT-SC, Waldemar Schulz e o presidente do Sindicato dos Radialistas de Joinville, Mario José de Souza Leal.
Post: Elizabeth Novaes Mtb 10.959
Com: UGT – Paraná (Mario de Gomes)
Foto: Mario de Gomes